Crédito: Reuters/Ivan Alvarado
Menos de três meses após sua estreia no Botafogo, Igor Jesus se tornou o centroavante titular da seleção brasileira, levantando a questão: como o clube identificou um jogador com tão poucas oportunidades, tendo apenas 10 partidas na carreira no Brasileirão e sem estar nos holofotes do futebol mundial?
A resposta remonta ao passado do atual diretor de gestão esportiva do Botafogo, Alessandro Brito. Anteriormente, ele atuou como olheiro no Athletico-PR, onde conheceu Igor aos 14 anos, enquanto jogava nas categorias de base do Coritiba, enfrentando as equipes de divisões inferiores do Furacão.
Igor se destacou no Coritiba após brilhar em projetos esportivos em Mato Grosso. Desde o início, chamou a atenção por seu porte físico e habilidade de competir com jogadores mais velhos. Após duas temporadas no Coxa, foi transferido para o Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes.
Alessandro Brito acompanhou a trajetória de Igor à distância. Em 2021, quando trabalhava no Atlético-MG, tentou contratá-lo, mas o clube árabe recusou a proposta.
Em 2022, Brito assumiu o Botafogo e começou a observar Igor Jesus, que havia sido mencionado por diversos funcionários como uma grande promessa. Durante o processo de reformulação do departamento, o atacante estava em recuperação de uma lesão que o afastou dos gramados por um ano. Antes da contusão, Igor havia se destacado no Oriente Médio, marcando 14 gols em 15 partidas e recebendo interesse de clubes como Galatasaray e Olympique de Marselha.
Com o retorno de Igor aos campos em 2022, o Botafogo intensificou suas observações. Um olheiro da Eagle Football assistiu a seus jogos e deu sinal verde para a negociação. No entanto, quando o Botafogo sondou o jogador, o Shabab Al-Ahli não estava disposto a negociá-lo.
No final de 2023, o contrato de Igor estava se aproximando do fim, permitindo ao Botafogo abrir negociações para sua contratação após a saída de Diego Costa. Inicialmente, a proposta para janeiro foi negada, mas a diretoria decidiu assinar um pré-contrato, aguardando a janela do meio do ano. O desejo de Igor de voltar ao Brasil e vestir a camisa da Seleção facilitou a negociação, apesar de uma proposta de 10 milhões de euros vinda de um clube árabe. Brito e outros defendiam que o Botafogo não aceitasse, e hoje, a liberação de Igor só aconteceria por um valor muito superior.